Bereatha Howard, coordenadora do programa Empowering Resilient Women (Empoderando Mulheres Resilientes) do The CLEO Institute, partilha a sua experiência e o impacto do seu trabalho com as mulheres da comunidade de Miami. Através deste programa, ela ajuda as mulheres a compreender e responder aos desafios colocados pelas alterações climáticas, reforçando simultaneamente o seu papel de líderes nas suas comunidades.
Um programa centrado no empoderamento das mulheres
O programa Empowering Resilient Women pretende ser uma alavanca de mudança na comunidade de Miami, onde as mulheres desempenham um papel central na ação contra as crises climáticas. “Estamos num local comunitário no centro de muitas áreas onde vivem mulheres. Por isso, é mais prático para elas.” Este programa visa fornecer às participantes ferramentas práticas e recursos para compreender as questões climáticas e agir de forma proativa. “Oferecemos serviços de creche para que as mulheres possam participar das atividades sem se preocupar com os filhos”, explica Bereatha. Ela também destaca a importância da conscientização precoce: “As crianças também são sensibilizadas para as mudanças climáticas ao seu nível”.
Apoio comunitário e parcerias estratégicas
O objetivo do programa é fortalecer as capacidades das mulheres, promovendo soluções coletivas. “Oferecemos à comunidade encontros com intervenientes, explica Bereatha. Estas parcerias permitem oferecer uma gama variada de informações e recursos à comunidade. “Queremos que as pessoas compreendam as alterações climáticas e como estas afetam não só a sua saúde, mas também a economia dos seus bairros.” Assim, este programa dá destaque à educação ambiental e à liderança, com o objetivo de dotar as mulheres das ferramentas necessárias para se tornarem agentes de mudança nas suas comunidades.
Um programa centrado na ação e na liderança
Um dos aspetos mais marcantes deste programa é a forma como forma as mulheres para se tornarem líderes nas suas próprias comunidades. “As pessoas envolvidas neste programa são, na sua maioria, líderes nas suas comunidades. Queremos levá-las ao próximo nível e ensinar-lhes liderança”, explica Bereatha. O programa ajuda as mulheres a expressar-se e a participar ativamente nas discussões sobre as alterações climáticas. “Muitas delas aprenderam a fazer ouvir a sua voz. Antes, elas não sabiam como se dirigir aos seus políticos, mas hoje têm essa coragem.”*
Uma mensagem de esperança diante dos desafios das alterações climáticas
Bereatha expressa grande orgulho pela evolução do programa e pelo impacto que teve nas participantes. “Desde que entraram no programa, muitas delas aprenderam a defender-se, a fazer-se ouvir e a defender os seus direitos. É uma mudança real para elas e para a comunidade.” Ela insiste na importância dessa tomada de consciência, que ultrapassa as fronteiras do indivíduo para se estender à comunidade e ao nível governamental. “Elas entendem que é importante se envolver, não só internamente, mas também na comunidade e no governo.”
Preparação e resiliência diante de catástrofes naturais
O programa não se limita a educar as participantes sobre as alterações climáticas, mas também as prepara para enfrentar catástrofes naturais, como furacões. “Uma das coisas mais preciosas para mim é a minha própria família. Tive que explicar ao meu pai que não se tratava do calor normal de Miami, mas de um fenómeno relacionado com as alterações climáticas.” Bereatha aborda a questão da preparação para furacões com seriedade, salientando a importância de se preparar com antecedência. “É melhor se preparar com antecedência, sem esperar até o último minuto.” Ela também insiste na autonomia: “Cuidem de vocês mesmos, cuidem de suas famílias. Não dependam do governo. Há coisas que vocês podem fazer por conta própria para garantir que vocês e suas famílias fiquem bem.”
Esperança para as gerações mais jovens
Por fim, Bereatha partilha uma mensagem de esperança para as gerações mais jovens. «A mensagem de esperança é dizer-lhes para não se fixarem nos erros das gerações anteriores, mas para fazerem melhor e fazerem a diferença.» Ela destaca a força dos jovens, a sua capacidade de mudar as coisas e de desempenhar um papel ativo na luta contra as alterações climáticas. «As crianças têm a capacidade de mudar as coisas, e a mudança começa com elas.»
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