Nada Najahi é bióloga de formação, professora universitária e diretora da Aliança Francesa de Bizerte. A sua trajetória académica combina ciências da vida, didática das ciências e didática das línguas. Esta dupla especialização permitiu-lhe compreender a importância de uma pedagogia adaptada para sensibilizar o público para as questões ambientais. Ela explica que a sua experiência a leva a promover uma «abordagem pedagógica e didática muito importante precisamente para sensibilizar para estas questões relacionadas com a educação».
Um projeto eco-responsável: formar os embaixadores do futuro
Há três ou quatro anos, a Aliança Francesa de Bizerte desenvolve um projeto de educação para a eco-responsabilidade que visa atingir um público amplo, desde a mais tenra idade até aos estudantes. O objetivo é claro: formar «os futuros embaixadores da causa eco-responsável», começando pela educação infantil, a partir dos quatro anos, e indo até um público mais especializado. Para isso, a formação é enriquecida com intercâmbios regulares com especialistas e associações ecológicas convidadas a intervir, a fim de tornar acessíveis as questões ambientais.
Entre as ações emblemáticas deste projeto, Nada Najahi destaca a importância dos workshops, mas também de iniciativas concretas como a reflorestação da floresta de Nadhour. Esta grande floresta, «um dos pulmões da cidade», sofreu um grande incêndio há alguns anos. Todos os anos, entre 200 e 500 pessoas, de escolas, pais, professores e associações locais, participam nestas operações de reflorestação. O evento insere-se numa forte dinâmica coletiva e cidadã.
Outra vertente importante da ação é a das Festas do Mar, que combinam dimensão festiva, artística e educativa. Em torno de concertos, projeções, exposições e workshops à beira-mar, são também organizadas ações de limpeza do litoral, com o objetivo de sensibilizar para a preservação de um território insular rodeado de água.
O papel essencial da floresta costeira de Nadhour
Para além do seu valor natural e paisagístico, a floresta de Nadhour desempenha um papel ecológico crucial. Trata-se de uma «floresta costeira que ajuda a preservar um ecossistema muito particular entre a floresta e o litoral, e, portanto, uma biodiversidade também bastante particular». Mas a sua função vai além da ecologia pura: «forma também uma barreira contra a areia», protegendo assim parte da cidade de Bizerte de um fenómeno de avanço da areia. Este papel protetor é também assegurado pela floresta vizinha de Rimel.
Uma visão humanista para as cidades do futuro
Questionada sobre o que aconselharia às gerações futuras, Nada Najahi imagina uma cidade do futuro que não se definiria apenas pela sua arquitetura, mas pelos seus valores. Ela imagina uma relação com a natureza «equilibrada, como numa relação amorosa, saudável, que não é tóxica, que é generosa». Rejeita uma abordagem antropocêntrica e utilitária, em que a natureza seria preservada apenas por interesse.
Pelo contrário, ela defende uma relação «simbiótica entre os seres humanos e a natureza», baseada «numa troca, num reconhecimento, como uma criança cuidaria dos seus pais». Para ela, essa reconexão passa necessariamente pela educação: «é muito importante sensibilizar para esses valores, essas conceções, essas representações da natureza».
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